Que a vibe oitentista tá na moda, não dá pra negar, vide Stragers Things, Cobra Kai, Samantha!, Red Oaks, The Get Down, Back Mirror — San Junipero, The Dirt….só pra citar alguns exemplos…convenhamos, os anos 80 era um troço bem exagerado, mas ainda assim bacana demais; ombreiras, cintura alta, drapeados, calças legging, muitas cores, brilho e saia, essa moda “yuppie”, muito gel, volume e topetes faziam os penteados da vez e a maquiagem bem colorida, além de que todo homem de Ray Ban se achava o próprio “Maverick” do grande sucesso de Tony Scott, Top Gun. As músicas, aah as músicas… ❤(Claro que estou ouvindo a Tracklist de Glow enquanto escrevo isso aqui). E é claro, não há como falar de anos 80 sem falar de Girl Power.
GLOW (2017) é uma deliciosa mistura de drama e comédia. Sempre que eu procurava algo no catálogo pra assistir, essa série passava despercebida, principalmente por eu não ter muito interesse pela temática Wrestling. Em um belo dia tedioso e ensolarado de 2018 eu resolvi dar uma chance para essa série e fico feliz por isso, foi uma grata surpresa.
Logo em sua primeira cena, o seriado já dita o tom ácido e sarcástico que nos acompanhará durante toda a história. O roteiro se mostra ágil e flexível transitando entre o drama e a comédia sem forçar a barra, temos alguns momentos bem pesados dramaticamente no decorrer da história, esses momentos são suavizados pela comédia na medida e no timing certo sem atrapalhar ou quebrar o fio narrativo; esse a meu ver, é sem dúvidas o grande trunfo dessa série.
Como eu disse, não me interesso por Wrestling (a magia nesse universo da série é incrível), mas ele é só o pano de fundo principal para a história. Uma história que nos apresenta um grupo de mulheres, cada qual com suas diversidades e qualidades tendo que se manterem unidas diante as adversidades e intempéries desse universo predominantemente machista e estereotipado de lutas/atuação.
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| Alison Brie |
Com personagens cativantes, (Alison Brie brilha demais em sua personagem protagonista) também é interessante observar a forma como é construída a “persona” de cada personagem, percebe-se a preocupação dos roteiristas com a evolução de cada personagem de maneira individual de modo a evitar estigmas e clichês, o resultado são personagens multifacetados e únicos. Os personagens masculinos não são esquecidos, até mesmo o personagem mais vazio é bem trabalhado. (A série é um ótimo exemplo de produção que passa no teste de Bechdel). A ambientação também é um dos pontos altos do show, todo o clima oitentista é feito com grande capricho com ótima direção de arte e figurino, a trilha sonora é maravilhosa (como não amar as musicas 80's? Playlist de Glow no Spotify).
Glow está atulmente indo para a sua 3º temporada, e sim, vale a pena, vale muito a pena ver uma história sobre mulheres fortes em plenos anos 80 buscando firmar seu lugar no mundo, um mundo onde o lugar da mulher é onde ela quiser.
Sinopse da 1º temporada: Baseada na adorada série dos anos 80, GLOW conta a história fictícia de Ruth Wilder (Alison Brie). Ruth é uma atriz desempregada e batalhadora em Los Angeles nos anos 80, que encontra sua última chance de virar estrela ao entrar de cabeça no mundo do glitter e dos colãs da luta livre de mulheres. Além de trabalhar com 12 mulheres excêntricas de Hollywood, Ruth precisa competir com Debbie Eagan (Betty Gilpin), uma ex-atriz de novelas que deixou sua carreira de lado para ser mãe, mas voltou ao trabalho quando percebeu que sua vidinha perfeita não era bem o que parecia ser. Dirigindo todas elas está Sam Sylvia (Marc Maron), um diretor de filmes de segunda categoria, acabado e viciado em cocaína, que agora precisa liderar este grupo de mulheres em uma jornada rumo ao estrelato da luta livre.
Sinopse da 2º Temporada: O show ganha a encomenda de uma temporada e as meninas, juntamente com Sam (Marc Maron) precisam lutar para manter a audiência. Enquanto isso, Ruth (Alison Brie) tenta a todo custo retomar a confiança de Debbie (Betty Gilpin), que está no meio de seu divórcio.



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